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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

cheiro olhado




 xarope de vida
groselha do fundo até à ponta
refresco
olhos colados nela como luzes a piscar de mais
fechá-los para voltar a abrir e fixar o gosto dela
sabor a terra fresca despida que sopra
que sopra, sopra, sopra
que sopra e veste os quintais

sábado, 27 de outubro de 2012

ficar


fechados em seu tempo ao sol
e no sol que é uma flor
nuvens por cima e por debaixo
brisas fininhas em redor.
não são gentes, não,
qu'as gentes gostam do tempo a passar
são o gosto por detrás do gostar
que amam o tempo do ver com olhar
que gostam de ver o tempo a ficar

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

touradas tranquilas


roseiras, ervas, silvas, heras, vinhais. ou simplesmente verdes são - são forças bravias, touradas tranquilas, em redor
, olé, 
onde não cabem águas paradas na torrente:
buliçosa corrente que é o amor.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

de alva sete sois


cumpre-se a estrela
fundo barrado a canela
romance no quarto do céu
mais brilhante do que nunca
é de alva
é fundida
em torno o tempo é de moios
como se num momento sete sois

domingo, 29 de abril de 2012

dom marrom


dom marrom, bico aguçado
em bicos de olhar pendurado
assobia
sabe bem mais do que ontem sabia
das sombras de fundo de fim de dia
códigos de vida barrados
simples
sem amanhãs, depois, pendurados

segunda-feira, 23 de abril de 2012

ternura

olhos que se fazem tremura, no chão, são espelhos vistos do céu, pois são, em líquidos de ternura.

terça-feira, 3 de abril de 2012

olhos de ficar

pardos são os olhos
veranistas, obcónicos, que vêem sem cor
as águas fortes como se paradas
as cúpulas como se cimeiras de dor
são pardos os olhos, são,
que atentam o meu olhar
pracejam não praziam
trambicam por aí o ficar
pardos são os olhos, são,
debatidura, detruncar

sábado, 24 de março de 2012

cantil

é beleza
como se água a tiracolo
cantil
espalhada no alto
no baixo
no centro dos olhos que procuram
e encontram
existência elevada a mil

terça-feira, 20 de março de 2012

bigodes grisalhos d'amor

 :
em grisalho tom ouvem-se histórias
 façanhas
 lições do dever e do fazer
 como se em bigodes fartos se pendurasse o ser
e é, assim, gostar - não de cal - de pedra
preferir a amêndoa à flor
 como assim só pode ser
 grisalho
 e em bigodes
o amor
.

domingo, 4 de março de 2012

em tule

como é belo o véu na geometria do losango.
os véus, em tule esculpidos, são sempre belos
ai! como ela sabe!
assim como sabe que as linhas da vida não são rectas
misturar losangos com véus
sabor de doçura esperta
estampada nas portas.
venham ver a costureira das rendinhas do amor
em losango de tule - ou seda ou cetim
ou até em algodão de traje, que importa, se amar não é ultraje?
amar é que é festim.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

desde a folha até à semente



espetada de flores, branco de sabores, sem estar reservada ao jantar: flores assim abraçadas, juntas para saciar, só podem ser agres e doces de sempre: petisco de vida desde a folha até à semente.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

esquina do céu

desdobram-se, pouco caiadas, as paredes do andar, enquanto no cimo, no alto, na esquina do céu, ela respira de vaidade e diz, pensamentos por dobrar, o que eu andei p'ráqui chegar.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

brisas de pincel

é assim a minha casa, de campo, de sonhos estendida: mais perto do sol e do céu, em árvores colada, onde o fim de tarde picante se mistura, brisas de pincel, com doce de madrugada.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

arena-areia

arena gostosa
pousio
como se espanhola
invertida
de pernas para o ar
onde paz luta com paz
acho definição de lutar
espasmos ininterruptos
algodão
espuma
como faz a areia com o mar

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

sobejar

em asfalto de olhar, ergue-se  o que só pode ser um lugar: local onde mora a alma empinada, alegria, sobejar.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

apagados





sonhos lambidos de terra, apagados de chuva e de vento
descansam, sem lamento,
de flor ao peito.
é assim o amor esquecido
de chuva e de vento lambido
sem pesar e sem proveito.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

janelas que dormem

camadas de paixão ardente
que de fora para dentro
lambuzam os olhos
até manchar
e ficam às portas sem entrar, tal e qual o compasso sem tapete de flores
porque são assim, umas e outras, as janelas
por conta de se descansarem belas: são amor por acordar

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

lu(z)cidez

ciclone de luz suspensa, pensa, escuridão por relatar: são os homens, pensa, que fazem das trevas os caminhos que o vento, pensa, faz clarear.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

pontes de fio

são pontes de ar, no ar, tantas vezes em assobio: sentir e atravessar, no chão, o ar pendurado por um fio.

sábado, 20 de agosto de 2011

piscar de pétala

piscam as pétalas como quem descansa os olhos - para escorrerem as lágrimas doces, derramadas pelo céu, pingadas, tão serenas, aos molhos.