segunda-feira, 28 de outubro de 2013

testículos de galo

no início eram apenas testículos de galo. depois, o alquimista da cozinha andou às voltas com o que lhes havia de fazer para não serem simples testículos (é curioso como a realidade isolada é feia) - queria dar-lhes a vida que já não tinham, já não eram sacos pululantes, banhá-los de poesia e adicionar-lhes mérito póstumo. lembrou-se do conto original do joão e o pé de feijão e associou, precisamente, os testículos tristes a feijões grandes e duros. depois ocorreu-lhe dar-lhes cor e sabor, ou seja, ficariam iguaizinhos por dentro da sua delícia e alterados em cor e sabor e textura por fora. após algumas experiências com coberturas doces, optou pelas salgadas e criou um molho pastoso de tinta preta de chocos e outro de tomate consistente, por onde passariam e viriam adquirir novo visual. voltou de novo ao conto, então, para buscar, não a galinha, mas os ovos de ouro e inventou uma mistura de chocolate branco que, depois de moldado em ovos gigantes, seria coberto por poeira dourada e crocante. a ideia resultou em kinder surpresa de faca e garfo: por dentro do ovo estavam os testículos alterados que o molho quente de azeite e alho, que derretia o ovo de chocolate, fazia descobrir. no que deu um conjunto de galos fanados. hum.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.