sábado, 5 de outubro de 2013

para mim

pelos amigos devemos fazer tudo - até dispormos de três horas a fritar salgados para uma festa surpresa. no fundo, que é também à superfície, a amizade é, isso mesmo, tempo e dedicação quando mais se precisa ainda que fiquemos impregnados e enjoados com o cheiro. é uma espécie de casamento, a amizade: a garantia, sem obrigação e com gosto, de estarmos lá no melhor e no pior e na saúde e na doença e nas festas e nos bastidores das festas. e há sempre recompensa na amizade. há aquele abraço que conforta ou aquele sorriso que rompe o nevoeiro dos dias ou aquele olhar brilhante que ofusca a má sorte; e há momentos inerentes ao que fazemos que nos dão um prazer enorme, imenso, naquilo que é dar de nós. neste caso consegui privar, no meio de quase trezentos salgados para fritar, com uma sanita fora da casa e virada para uma árvore belíssima. há poucos privilégios como poder aliviar as entranhas de porta aberta e de fronte para uma árvore: não é para todos. mas foi para mim.

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