sábado, 4 de maio de 2013

Garcês, o feio

há coisas feias. há coisas que espantam. há coisas que ferem. há coisas que nos fazem rir por dentro da imbecilidade que carregam. há coisas impossíveis de passarem ao lado porque se apresentam de frente. há coisas que nos impõem uma prosa chata e desprovida de leveza. há coisas que são como cagadelas de pássaros birrentos que decidem simplesmente fazer desabar as entranhas mesmo por cima da nossa cabeça. é, há coisas assim. e não, não foi nada de grave talvez para quem passa na pressa e no descuido do olhar. mas terá sido gravíssimo para quem ostenta a atenção pelo redor e procura, em cada esgar do movimento e do paranço, significado. há coisas, assim, que me são feias tão feias quase tão feias como um amarelo pálido que nem é pérola nem português. há coisas que, tenho a certeza, não foi o universo que fez mas antes um taxista manhoso, com ares de farinha em frequência acumulada nas unhas, a quem se pode chamar Garcês.

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