terça-feira, 29 de janeiro de 2013

o que pode ser feito

quando, por exemplo, esperamos na loja do cidadão: apreciar os toques dos telemóveis. ele toca e, de imediato, olha-se para onde e para quem. depois, quase em simultâneo, faz-se uma mistura da cara com a careta - ou, neste caso, com a trombeta. e não é que bate certo? há aqueles que tocam um som filho do telefone que pertencem áqueles que têm postura de indiferença e cara de feijoada sem sal; depois, aqueles que seguem as tendências da moda, cabelos esticadíssimos e unhas de gel pirosas, são acordados por aqueles que tocam a Rihanna ou Alicia Keys; depois, talvez pela vontade de ouvir, ouve-se, enfim, um toque diferente, de uma música acomercial - nem sei se esta palavra existe -, que passou em tempos no rádio mas que logo a voar migrou para as memórias de poucos, e que toca para chamar alguém que decerto estará sentado numa ilha mesmo ali no meio do mar das gentes. é difícil escolher as palavras certas para os sons certos, penso. não, é nada difícil, penso logo a seguir. porque os toques, na verdade, saem do toque da alma de quem os escolhe para serem chamados a toque.

pelo caminho deu esta, tão gira, que talvez esteja por aí no chamar de alguém: