domingo, 2 de setembro de 2012

o amor é como a galinha: caga ovos brancos. e é forte com'um cabrão

o branco é a cor da luz e por cá, pelo novo ocidente, é igualmente paz, calma, limpeza, ordem. e é por isso que cada vez menos as mulheres se vestem de branco para casar. casar não significa subir a um altar e atolar a pança dos convidados, troncos nus e gravatas a roçar os peitos, a cabrito e vinho; casar não é um bordel onde duas pessoas, por vontade própria, se prostituem em troca de segurança e estabilidade e cama certa; casar não é viver em mancebia sem efectivos laços. não.

casar é ter absoluta noção que a cara de um condiz com a careta do outro, de branco vestidos e - acima de tudo - de branco despidos; casar é ser três, diz-se da conta que deus fez, o eu, o tu e o nós, é ser verdade, fidelidade é verdade, é ter certeza em consciência que ele ou ela é do melhor que há porque nos enche de alegria e de amor e de tesão e sendo inverno é cobertor assim como é água fresca no verão. casar é, sim, um tratado sobre a partilha, uma ode exuberante ao dia-a-dia, uma aposta do cabrão, por ser forte e teimoso, do coração: e chame-se, sim, um conservador para que no meio dos vivos, das flores e dos bichos se exalte um brinde ao menu agri-doce que deve ser, em paixão dos dias, a paixão também sabe ser serena e tranquila, o amor.