quinta-feira, 19 de julho de 2012

epítase

a questão da dúvida sobre a autoria de grande parte das obras de Shakespeare, o bardo, está agora mais levantada do que nunca. é como se o Homem, em história, precisasse de inventar histórias para fazer História. pegando no "ser ou não ser, eis a questão", passou a haver dificuldades em se aceitar se afinal a criatura terá feito somente uma hamleta depois de misturar amor em romeu e julieta. a importância passa a ser dada - não à obra - ao que poderá não ser (ou se afinal for que bom que é). desonestidade intelectual em causa, quase quatro séculos depois de o bardo deixar de respirar, é uma epifania prolongada fodida - principalmente por ele não poder defender-se. é o que se poderá chamar de epítase à medida das frustrações da modernidade.