terça-feira, 19 de junho de 2012

bilhetes sem regresso

desabrocham lentamente como se soltos não estivessem - e não estão.
soltam amarras, gritam abriladas
brindam ao acabar de mãos cheias de nadas
brilham: vestem-se de estrelas airosas, pungentes
que se fodam, pois, as cadentes
mostram alllegria, éles que mostram - tão contentes - os dentes
e aguardam, poesia de cá, os trémulos passos de lá.
bolinhas frágeis de sabão, bilhetes sem regresso
eu vos destituo, para sempre, confesso,
da cadeira barroca, amorfa, padiola
tenho o chaveiro! tenho o chaveiro!
ouve bem, roto, furado, vulpino cativeiro!