quinta-feira, 17 de maio de 2012

acossar: já chega

a propósito de perseguir, de acossar, há disso em todas as variantes possíveis: há quem seja constantemente inoportuno na rua ou no talho, no emprego, nos sonhos (até nos sonhos) e nos blogues. o problema da perseguição nos blogues é nenhum, se atendermos ao facto de só haver efectivamente um problema quando é passível de resolução. ora havendo um problema que é facilmente resolvido, ou contornável, o caso fica bravo quando de cariz público passa, a sarna, para privado. temos sempre a opção, em qualquer uma das variantes mencionadas exceptuando o sonho, de activamente travarmos o abrupto cuja iteração o torna perfeitamente expectável. menos quando a abordagem salta de um blogue, um local público que pertence talvez a um cae criativo ligado à indústria da saúde e bem estar, para um endereço de correio electrónico - morada de um lar, local absolutamente privado, como se nos metessem cartas abertas, sem envelope, por debaixo da porta. somos, então, obrigados a ler e a ficar, nem que seja por segundos ou minutos, com as mãos sujas e os olhos manchados. passamos depois a limpo que o que é lixo ao lixo pertence e não deixamos que nos afecte - ou pelo menos assim queremos. mas as palavras têm força, talvez a força se muscule de intenção, e por vezes são, de facto, punhais. espera-se, então, que o tempo, pelo menos o tempo que conhecemos nesta dimensão, transforme o acossar e o dissipe. talvez estas minhas palavras tenham força. talvez.