domingo, 11 de março de 2012

o azeite no sapato

já não me lembrava de me chocar com isto, quero dizer com aquilo, de me cruzar com um homem e de fixarmos o olhar e eles, os olhos, irem descendo à procura de mais pontos, os olhos também buscam a completude, e de gritarem socorro! acudam! quando chegaram aos pés. é curiosa a força que uns sapatos azeiteiros, o que categoriza o azeite no sapato é o óleo do cabelo nos pés ou as nódoas no peito de uma camisa ou a conversa desinteressante e ordinária de um cérebro, tem num primeiro impacto quando tudo o que se conhece é o que se vê. e depois, quando aflitinhos, os olhos, começaram a subir à pressa para voltarem a apanhar o comboio do regalo, molície de ver, o homem já não tem ponta por onde se lhe pegue: como se a um olhar de sol, ofuscante, se seguisse uma imensa trovoada com chuva grossa. bem visto, o que eu quero dizer é que há banhadas assim.

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