terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

estou sim? só há destas? está bem, calham-me a mim.

tenho a impressão que posso assemelhar mulheres-mães de fresco a homens-militares de fresco, com as primeiras tenho pleno conhecimento presente de causa e com os segundos já tive, no passado, altura da obrigatoriedade da tropa para todos os amigos rapazes: tantos umas como outros só sabem falar do mesmo, qualquer assunto que se puxe vai dar à mesma estrada. e todo o interesse que o assunto em destaque, tanto numas como noutros, possa ter - é absorvido pelo desinteresse que suscita o tal interesse saturado. a análise que faço é tratar-se de muita insegurança e medo de falhar, como se pensar e fazer e sentir várias coisas ao mesmo tempo seja missão impossível e incontornável. (eu) olha, a tarifa bi-horária anda a causar polémica - parece tratar-se de fraude porque não está a ser praticada, estou a dizer-te porque sei que tens. (ela) ai é? por acaso ainda não olhei para a factura. o Gonçalinho quando chegou a casa esteve uma hora a comer papa, vinha com fome. (eu) então, chegaste a ver adjudicada a proposta que tanto querias? (ela) ainda não, esta noite o Gonçalinho chorou e tive de o trazer para a minha cama; tem estado muito frio mas eu não gosto de lhe vestir meia-calça. tenho de desligar, está na hora da papa. e passam-se quinze dias até haver novo telefonema. piadar será dizer que o Gonçalinho, a continuar a comer assim, acabará com obesidade mórbida. piadas à parte, duvido que estas mulheres continuem - partindo do pressuposto de que alguma vez foram - interessáveis aos seus homens. o cúmulo do desinteresse é quando me pedem para eu escolher e comprar, por elas, um presente para eles. gravidade no limite é quando descontraidamente lhes dizem que se não gostarem eu posso trocar. e o mundo, o delas, reduz-se - não à beleza das fraldas e da maternidade e do amor incondicional da família - ao sustentável peso do egoísmo mascarado de maternidade e de conjugalidade. outro dia qualquer, solidão nua e culpas - atribuidas aos seus homens- em punho, telefonam a chorar. uma boa amiga sabe ouvir durante horas mesmo que abomine telefones nos ouvidos. e quando chega, finalmente, aquela parte do já me sinto bem melhor e então tu como é que estás, é hora do tenho de desligar porque ainda tenho de tomar banho e depois acordar o Gonçalinho para lhe dar a papa a ver se dorme a noite inteira. beijinhos, quando tiver tempo, ligo!

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