sexta-feira, 23 de setembro de 2011

absorver, não exibir, a beleza



existem mundos, no mundo, que nada nos dizem. olhar as joias, tantas delas, tamanhos e formas diferentes, sem fantasiar, por um segundo que fosse, um bico de decote ou um pulso ou um dedo meu com elas. reter, sim, reter os brilhos e as texturas e, sim, fantasiar uma memória descritiva para cada uma delas: fazer sínteses mentais de cada escolha realizada de cada um que a realizou como se cada uma precisasse de uma história muito antes de precisar de uma utilidade. talvez, ainda estou a pensar, considere que a arte da joalharia não pode ser confundida com fatuidade e daí o meu desapego ao desejo de enfeites estilo árvore de natal. e depois, até hoje não houve quem me soubesse explicar convenientemente, faz-me uma tremenda confusão chamar jóia a um bocado de couro com cortiça quando serão os metais e as pedras preciosas que fazem o estatuto de jóia - pela perspectiva da mistura de materiais não preciosos com os preciosos, entendo joalharia contemporânea mas apenas ao uso dos primeiros, tamanha é a grosseria, chamo-lhe multi-pechisbeque.

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